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sábado, 20 de abril de 2013

Informática para todos


A inclusão digital abre oportunidades e espaço social para o deficiente
Criar condições para que as pessoas com deficiência participem cada vez mais da vida em sociedade é preocupação do mundo da informática. Universidades e empresas desenvolvem programas que contribuem para sua reabilitação e inclusão escolar. "O país progride nessa questão, mesmo com todo tipo de dificuldades, como a falta de equipamentos e professores capacitados. Nossas escolas iniciaram, há alguns anos, o processo de montagem de laboratórios de informática para os alunos com deficiência", explica o assistente social Romeu Kazumi Sassaki. 

Sintetizador de voz O Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, desenvolveu há oito anos um sistema operacional específico para o deficiente visual: o Dos Vox. O sistema possui 82 programas, dentre os quais editor e leitor de textos, jogos educativos, acesso à internet e ao correio eletrônico. Funciona com um ampliador de tela (para quem tem baixa visão) e sintetizador de voz: o usuário digita uma palavra num teclado comum e o computador a amplia e a reproduz em linguagem falada. Para navegar na internet, o computador transforma em voz os comandos do teclado e os conteúdos dos sites. 
No Colégio Estadual Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o Dos Vox foi adotado há três anos nas aulas de informática para deficientes visuais. "Os alunos estão rompendo a barreira da comunicação escrita, antes restrita ao braile. Eles ‘lêem’ o que as outras pessoas escrevem e elas podem entender a mensagem escrita por eles, porque foi produzida da forma convencional", afirma a professora Elizabeth Canejo, que é cega e foi uma das primeiras usuárias do produto no país. 
Outro recurso da informática para deficientes visuais é o Virtual Vision, criado pelo banco Bradesco em parceria com a empresa MicroPower. Trata-se de um leitor de tela com sintetizador de voz que funciona no Windows. A vantagem desse programa é que permite ao cego usar o mesmo computador e os mesmos programas que qualquer usuário de Windows. 
O Bradesco fornece o programa gratuitamente a seus correntistas e cursos para habilitar o deficiente visual no uso do computador. São 31 escolas que formaram mais de 2 600 alunos e capacitaram quase 200 professores para ensinar computação em instituições que atendem deficientes visuais em todo o país. 
Comando a distância 
Para quem tem deficiência motora, a UFRJ criou o Motrix, um programa para uso do computador por comandos de voz, que está em fase de teste e em busca de apoio para distribuição gratuita. Seu desenvolvimento foi motivado por sugestões da médica Lenira Mendonça de Luna, tetraplégica há 26 anos. "Estava me sentindo à parte do círculo que usa a informática. Hoje, pelo microfone, aciono programas, escrevo textos, acesso a internet e mando e-mails, deitada na cama", conta Lenira. 
O acesso à informática para o deficiente auditivo não depende de programas específicos e sim da metodologia de ensino. Como ele se comunica por sinais, tem dificuldades com a compreensão da língua portuguesa. "É difícil o surdo aprender os nomes dos comandos e as palavras que estão escritas no menu dos programas, sem a utilização de uma língua de sinais específica para a informática", explica Andréa Giovanella, coordenadora do setor de informática da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis). A Federação lançará, daqui a quatro meses, um dicionário de informática para surdos com mais de 200 verbetes, "traduzindo" em sinais palavras como salvar, disquete e drive. 

Programa educativo 
No Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), do governo federal, para desenvolver as habilidades, a coordenação motora, a memória, a concentração e o raciocínio lógico da criança, a informática é aprendida desde o maternal, com a utilização de programas de computador pedagógicos. Trata-se da informática educativa. "Mais tarde, quando o aluno vai fazer o curso de informática profissionalizante, já conhece os recursos da computação", diz Sandra Alonso, chefe do setor de informática educativa do Ines. Hoje, com quatro laboratórios, o Instituto adota a informática no processo de aprendizagem de cerca de 500 alunos de 3 a 45 anos de idade. Com toda essa tecnologia, a pessoa com deficiência ganha olhos para ver, voz e audição para se comunicar e mobilidade para se locomover. Além do acesso à educação e a maiores oportunidades de trabalho, a internet proporciona visibilidade no mundo sem preconceitos. 

Cursos no computador: 
Para o deficiente visual:
Fundação Bradesco - (11) 3684-4824/4172 
Adeva (Associação de Deficientes Visuais e Amigos) -(11) 3151-4125 
Instituto Benjamin Constant - (21) 2543-1180 

Para o deficiente motor, visual e auditivo:
Centros de Informação e Convivência – Rede Saci (Rio de Janeiro, São Paulo, Ribeirão Preto 
e Uberlândia) www.saci.org.br - (11) 3091-4155 
Defnet (Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais) www.defnet.org.br 
(21) 2556-9129 

Para o deficiente auditivo: 
Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos) (21) - 2285-7546 
Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) - (21) 2567-4800 

Tecnologia para o usuário especial: 
Para o deficiente visual: 
Dos Vox Sistema operacional que funciona com um sintetizador de voz e ampliador de tela (para quem tem baixa visão), com 82 programas, dentre os quais jogos educativos, como o Letra Vox e o Letrix, para alfabetização, e o Conta Vox, para o aprendizado da tabuada, com contas simples e até multiplicação e divisão. Preço médio da versão completa do Dos Vox: R$ 150. Adquira a versão compacta no site www.saci.org.br/kitsaci1.html (21) 2238-1400. 
Virtual Vision versão 2.01 Leitor de tela com sintetizador de voz que funciona no ambiente Windows. Fornecido gratuitamente para correntistas do Bradesco. Fabricado pela MicroPower. Preço médio: R$ 500. (11) 4225-7600 
Lente Pro 1.4 Ampliador de telas para Windows para pessoas com baixa visão. Disponível gratuitamente no site http://caec.nce.ufrj.br/dosvox 

Para o deficiente motor: 
Plug Mouse Mouse adaptado que permite clicar com qualquer parte do corpo, da Clik Tecnologia Assistiva. Preço médio: R$ 76. www.clik.com.br (51) 3381-8133 

Teclado Amigo: O acesso ao micro é por meio de um dispositivo acoplado a qualquer parte móvel do corpo do usuário. Disponível gratuitamente no site www.saci.org.br/kitsaci2.html 

Para o deficiente auditivo: 
Dicionário Virtual da Língua de Sinais Brasileira (Libras) 
www.dicionariolibras.com.br 
www.ines.org.br 

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